
Correio do Minho
Em 2013 será possível fazer a viagem Porto/Vigo em 63 minutos, sendo que no troço Porto/Braga serão despendidos 33 minutos. A garantia é dada pelo vice-presidente da CCDRN. |
Em 2013 será possível fazer a viagem ferroviária Porto/Braga, na actual linha remodelada, em 33 minutos. Já o troço Braga/Valença/Vigo, em linha nova, será cumprido em apenas 34 minutos.
A linha ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo permitirá viajar entre as duas cidades em cerca de 50 minutos quando estiver concluída, mas, em 2013, já será possível fazer a viagem em pouco mais de 60 minutos, garantiu à Lusa Paulo Gomes, vice-presidente da CCDRN.
“O percurso que vai estar pronto em finais de 2013 é o troço Braga/Vigo, com um pouco mais de 80 quilómetros de extensão, que será feito a uma velocidade máxima de 250 quilómetros/hora”, salientou Paulo Gomes.
O troço Porto/Braga, que vai utilizar numa primeira fase a linha actual com algumas melhorias, deverá ser feito a uma velocidade que não ultrapassará 130 quilómetros/hora.
No tempo da viagem é preciso ainda contar com “três ou quatro minutos” para a mudança de bitola em Braga, já que a linha nova não terá a mesma bitola que tem a actual linha.
De qualquer forma, Paulo Gomes salientou que “o transporte de alta velocidade entre Porto e Vigo não será semelhante ao que vai existir entre Lisboa e Porto porque a velocidade não vai ultrapassar 250 quilómetros/hora”.
“Estamos a falar da mesma qualidade de serviço, mas de uma velocidade um pouco inferior”, salientou.
Nas contas do vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), quando o novo troço Porto/ Braga estiver concluído, o que ainda não tem data prevista, a ligação entre Vigo e o Porto deverá ser possível em cerca de 50 minutos. “Isto porque o troço entre o Porto e o Aeroporto Sá Carneiro é pequeno e não permitirá acelerar. O comboio só vai acelerar a partir do aeroporto”, salientou Paulo Gomes.
TGV tem de passar no aeroporto
Apesar de ainda não existir uma decisão final do Governo, Paulo Gomes acredita que o comboio de alta velocidade terá que passar pelo Aeroporto Sá Carneiro, considerando que “não seria pensável outra coisa”. “Seria inexplicável que a ligação de alta velocidade não fosse até ao aeroporto, isso iria retirar-lhe competitividade”, defendeu.
Para o vice-presidente da CCDRN, o Aeroporto Sá Carneiro “tornou-se imbatível no espaço da euroregião Norte de Portugal/Galiza, com um crescimento de quase 20 por cento ao ano”.
“Actualmente, temos cerca de 400 mil galegos por ano que utilizam este aeroporto”, frisou, defendendo que a linha de alta velocidade “vai potenciar mais este crescimento”.
A importância do Aeroporto Sá Carneiro para os galegos ficou evidente esta semana, quando os responsáveis da Junta da Galiza que se deslocaram a Bruxelas para participar no Open Days - Semana Europeia das Regiões e Cidades, optaram por regressar pelo Porto, já que as alternativas (Lisboa ou Madrid) seriam muito mais morosas e desgastantes em termos de viagem.
Por tudo isto, Paulo Gomes considerou que a construção da linha de alta velocidade Porto/Vigo está directamente relacionada “com o modelo global de desenvolvimento da Península Ibérica”. “Seria muito prejudicial para o nosso país que o único eixo de desenvolvimento da Península Ibérica fosse o que liga Lisboa a Madrid. É necessário contrabalançar com um eixo atlântico, que liga Lisboa à Corunha, onde existe um cordão populacional de mais de oito milhões de habitantes”, defendeu.
Na perspectiva do vice-presidente da CCDRN, “nada vai ser igual quando Porto e Lisboa estiverem ligadas por um percurso de 75 minutos”. “Deixará de fazer sentido realizar viagens aéreas entre Porto e Lisboa”, frisou Paulo Gomes, para que “daqui a uns anos ninguém conseguirá mover-se no eixo litoral sem o comboio de alta velocidade”.