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09 julho, 2010

Refer trava a fundo e reduz investimento de 800 para apenas 200 milhões de euros

As restrições orçamentais e o combate ao endividamento público no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) levaram a Refer a abandonar praticamente todos os projectos de modernização da rede ferroviária nacional, reduzindo assim o seu investimento para este ano de 800 para 200 milhões de euros.

A empresa tem apenas três grandes obras em curso. Duas são as variantes da Trofa e de Alcácer, que deverão estar concluídas, respectivamente, em Agosto e "no quarto trimestre de 2010" (segundo fonte oficial da empresa). A terceira é a modernização da Linha do Alentejo entre Bombel e Évora, que escapou por um triz à travagem a fundo porque as obras já estavam adjudicadas para começar a 1 de Maio passado, o que veio a acontecer.

Já os restantes projectos ficaram suspensos. É o caso das modernizações da Linha do Douro até à Régua (tinha 159 milhões de euros orçamentados até 2012), Linha de Cascais (81 milhões até 2012) e Linha do Oeste (99 milhões no mesmo intervalo).

A Linha do Norte vai continuar com uma infra-estrutura envelhecida a alternar com troços modernizados, estando apenas previstas intervenções na zona do Entroncamento, mas caindo para já a variante de Santarém e a modernização de Ovar-Gaia. Este último troço é o que está em pior estado, devendo ser sujeito a restrições de velocidade para se poder manter a segurança da circulação.

Neste momento a Refer tem sete linhas (ou troços de linhas) encerradas para obras, mas só há trabalhos a decorrer em três. Nos restantes quatro - Linhas do Tua, Tâmega, Corgo e ramal da Figueira da Foz à Pampilhosa - as obras estão paradas ou nem sequer começaram, sendo que em alguns casos já foram levantados os carris, não se perspectivando que estes voltem a ser colocados e que os comboios ali voltem a circular.


(publicado na edição de ontem do Público; notícia completa aqui)