in Correio do Minho, 2010/08/13
Viajar de comboio entre Braga e a estação de Porto S. Bento demora menos um a seis minutos a partir deste domingo. A redução é resultado da entrada em funcionamento da nova estação ferroviária da Trofa, mas considerada “insuficiente” pela associação de utentes “Comboios XXI”.
A associação fez as contas e concluiu que os ganhos de tempo mais significativos verificam-se nas ligações Porto S. Bento - Braga, com partida às 8h25, 16h25, 17h25 e 19h25, cujos trajectos passarão a ser percorridos em menos seis minutos.
De acordo com informação da CP, os comboios com partida de Braga às 7h10, 8h10 e 18h20 passarão a chegar à estação de S. Bento cinco minutos mais cedo.
A viagem mais rápida entre as as cidades de Braga e Porto continua a ser a das 17h14, que se cumprirá em 46 minutos.
A maioria das ligações Braga-Porto S.Bento regista, com a entrada em vigor dos novos horários, reduções de quatro minutos.
No sentido Porto S. Bento-Braga, grande parte das ligações registam ganhos de apenas dois minutos.
Para Carlos de Sá, da “Comboios XXI”, associação de utentes que continua a reivindicar 40 minutos como tempo de ligação possível entre as duas principais cidades da região Norte, as reduções de tempo de viagem agora anunciadas pela CP são escassas, tendo em conta que a variante da Trofa não só duplica a via ferroviária naquela localidade como encurta o trajecto.
A associação lamenta que a diminuição dos tempos de viagens apenas ocorram nos comboios inter-regionais, “mantendo-se a pouca vergonha nos transbordos em Nine, onde até há percursos cujo tempo de viagem aumenta”.
Menos um estrangulamento
A CP anunciou que domingo entra em funcionamento a nova estação da Trofa, situada na Rua Poeta Cesário Verde.
A partir da mesma data, o apeadeiro de Senhora das Dores é desactivado, passando o serviço de passageiros a ser assegurado pela nova estação da Trofa e pelo apeadeiro da Portela.
Desde a inauguração das obras de beneficiação da ligação entre Braga e Porto, a associação “Comboios XXI” tem reivindicado a duplicação da via férrea na zona da Trofa.
Na construção da variante e da nova estação ferroviária da Trofa foram investidos cerca de 40 milhões de euros.
O estrangulamento da via naquela localidade era argumento apresentada pela CP e REFER para a manutenção de tempos de ligação entre as principais localidades servidas pela linha do Minho e ramal de Braga que a associação de utentes entendia serem “absolutamente inaceitáveis”.