SEARCH

21 fevereiro, 2011

NOTA DE IMPRENSA - Posição sobre as greves recentes

A Associação Comboios XXI vem deste modo fazer saber que está frontalmente contra a deterioração crescente dos serviços de transporte público ferroviário que temos vindo a observar.

Encontramos-nos, neste mês, sujeitos a sucessivas paralisações e greves que nos causam, enquanto utentes, enormes transtornos e prejuízos nas nossas deslocações. Para os utentes que compraram passe no início do mês não estão previstas quaisquer medidas de compensação, situação essa que é muito injusta, pois a CP não assegurou transportes regulares em grande parte do mês, e há avisos de que vai continuar assim.

Como, na qualidade de utentes e contribuintes, somos os mais penalizados por esta turbulência e também porque não temos os meios nem a competência para resolver esta situação que se vai arrastando, exigimos às entidades competentes (a administração da CP e o Ministério dos Transportes) que tomem sem demora as medidas necessárias ao restabelecimento do serviço em condições regulares.

Apelamos também ao sentido de responsabilidade e de respeito pelos clientes dos trabalhadores da CP no sentido de encontrar formas de defesa dos seus direitos e interesses que não agravem ainda mais a situação de quem precisa de utilizar os comboios como meio de transporte.

Aproveitamos também para exigir uma solução justa e digna da parte da CP para com os clientes que pagaram os seus passes mensais e poucos dias puderam usufruir do serviço. Sugerimos a devolução do valor correspondente aos dias em que ocorreram perturbações (ou não se efectuaram de todo) os serviços que os clientes legitimamente pretendiam usar.

Mais, defendemos que o sector do transporte público ferroviário deverá ser gerido com maior rigor e mais orientado para as necessidades dos seus utentes.

Assim sendo, queremos saber:

  • Que será feito para restabelecer a confiança dos utentes nos serviços ferroviários?
  • Que medidas serão tomadas de imediato para estabilizar o sector ferroviário e quando podemos esperar ver os seus resultados?
  • Porque foram adiados investimentos há muito anunciados e vitais para o desenvolvimento do transporte ferroviário, como por exemplo a modernização entre Ermesinde e Contumil, de Caíde ao Marco, de Nine a Viana do Castelo, de V.N.Gaia a Espinho?
  • Porque não foi concluído o promissor projecto da Linha de Leixões, e porque foi a sua primeira fase vergonhosamente abandonada?
  • Como é possível que se assista a um desenvolvimento notável do transporte ferroviário nos outros países da Europa, enquanto em Portugal não se vislumbra nenhuma estratégia coerente para o sector?
  • Porque tem vindo a ser citada com insistência a privatização e desmembramento da CP, se essa estratégia já falhou nos países Europeus onde foi adoptada?


Enquanto esperamos que alguma entidade competente contemple e responda a estas questões, e tome as medidas justas e necessárias, convidamos todos os utentes a reclamarem os seus direitos POR ESCRITO nos livros de reclamações disponibilizados pela CP para esse efeito nas estações.



Porto, 16 de Fevereiro de 2011
Pela Direcção da ComboiosXXI