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19 abril, 2011

CP pronta a privatizar linhas em Junho

19 de Abril, 2011In SOL, por Frederico Pinheiro
A CP-Comboios de Portugal terá pronto todo o material técnico necessário para avançar com a privatização das linhas suburbanas do Porto e de Lisboa no final do primeiro semestre, apurou o SOL. A decisão de entregar aos operadores privados a exploração das vias mais movimentadas do país caberá ao próximo Governo.

No final de 2010, a administração da CP decidiu «seleccionar, com carácter de urgência, um consultor para a subconcessão de exploração do transporte ferroviário de passageiros nas linhas suburbanas das regiões de Lisboa e Porto», como se lê na acta da reunião de 7 de Dezembro de 2010, à qual o SOL teve acesso.

O estudo tinha como valor de referência 250 mil euros e deveria estar concluído em meados de Março deste ano. «O valor a pagar pode ser menor, dependendo das propostas apresentadas», disse ao SOL fonte próxima do processo. Contudo, os prazos derraparam e só este mês é que as consultoras apresentaram as suas propostas. Terão sido três as empresas a apresentarem-se a concurso. «Estamos, neste momento, na fase de selecção do consultor», adianta outra fonte.

Na base do deslize dos prazos estiveram pedidos de esclarecimento efectuados pela tutela. Os moldes da consulta foram definidos conjuntamente com o Governo.

111 milhões de passageiros em causa
A decisão de avançar, ou não, com a concessão das oito linhas suburbanas caberá ao próximo Governo. Contudo, a decisão é consensual entre os dois maiores partidos, PS e PSD, pois ambos aprovaram esta solução no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e no Orçamento do Estado para 2011 (OE 2011).

«O Governo prevê lançar os respectivos procedimentos pré-contratuais para a eventual concessão da exploração até ao final de 2011», lê-se no OE 2011.

Em 2011 irão circular nas linhas suburbanas da CP 111,3 milhões de passageiros, acima dos 110,3 milhões registados em 2010, de acordo com os dados oficiais da empresa.

Entretanto, os prejuízos da CP vão subir este ano para os 250 milhões, face 217,1 milhões registados em 2010, segundo o Plano de Actividades e Orçamento 2011. Em 2012, a empresa deverá registar um saldo negativo de 264 milhões.

frederico.pinheiro@sol.pt