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05 agosto, 2011

Manifesto de Viana



A Associação Comboios XXI promoveu, no dia 29 de Julho de 2011, uma sessão de esclarecimento em Viana do Castelo, em colaboração com a Câmara Municipal respectiva, a propósito da anunciada extinção da ligação Porto-Vigo, e na sequência dessa sessão propõe as seguintes medidas:

De imediato (Setembro de 2011) ou a muito curto prazo:

1. A melhoria da ligação ferroviária Porto-Vigo, pois dela resultará um melhor serviço de transporte e com ele uma muito maior utilização por parte dos passageiros.
2. A alteração dos horários actualmente existentes de forma a diminuir o tempo de ligação entre as duas cidades (Porto-Vigo) para cerca de 2,30h.
3. Aumentar de duas para três as ligações diárias entre as duas cidades.
4. Assegurar, por outro lado, a ligação de Vigo com Santiago de Compostela e a Corunha para haver uma ligação Porto-Corunha no máximo de 4 horas.
5. Assegurar o mesmo em sentido contrário de modo a haver uma ligação Corunha-Porto no máximo de 4 horas e depois continuação para sul (Aveiro, Coimbra, Lisboa).
6. Fazer a devida publicidade dessas ligações, seja na vertente quotidiana como na turística
7. Utilizar nesta via ferroviária material de transporte adequado, sendo de todo o interesse a utilização de composições modernas e providas do conforto adequado a um serviço internacional de longo curso.

A médio prazo:

1. Electrificação do troço Nine – Vigo, ainda que faseado, permitindo substituir a tracção diesel por tracção eléctrica.
2. Instalação de nova e moderna sinalização para maior fluidez da circulação da linha e maior segurança.
3. Duplicação da via por fases e/ou ampliação das áreas de cruzamento.
4. Modernização das infra-estruturas de apoio aos passageiros, nomeadamente estações e apeadeiros e interfaces rodoviários.

A Associação considera que não faz sentido privar a euro-região Galiza-Norte de Portugal de transporte ferroviário, não podendo sequer ser invocado a esse propósito uma eventual linha de alta velocidade ligando as duas regiões, pois sempre será da maior utilidade a via actualmente existente.

Lembra-se ainda que, neste momento, há uma via-férrea na sua quase totalidade electrificada que poderia unir Corunha a Faro, atravessando zonas de elevada densidade populacional e grande fluxo de pessoas e mercadorias. Sucede, porém, que, do lado português, não está electrificada a via Nine-Valença.

Esta lacuna incompreensível na Linha do Minho não só deixa por concretizar um eixo ferroviário atlântico como contribui para um pior funcionamento da mobilidade dentro da Eurorregião.


Braga, 29 de Julho de 2011
A Comissão Directiva da Associação Comboios XXI