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11 setembro, 2011

Galiza exige linha do Minho



Os empresários galegos apelaram ontem a Portugal e Espanha para que “não se conformem” com o “congelamento” da ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo e que avancem com a modernização da linha actual. “Deveríamos exigir que se modernize a via actual, de modo a ter um serviço adaptado às nossas necessidades e enquanto não temos a alta velocidade”, disse ontem José Manuel Alvariño, presidente da Confederação de Empresários de Pontevedra (CEP), na Galiza.

O responsável vai marcar presença na reunião de trabalho, na segunda-feira, em Viana do Castelo, para debater o futuro da ligação entre Porto e Vigo. O encontro servirá para autarcas, políticos e empresários pedirem aos governos de Portugal e Espanha que seja definida como “prioritária” a modernização de 100 quilómetros da linha férrea.

“Sabemos as dificuldades do executivo liderado por Pedro Passos Coelho e entendemos que, no imediato, a prioridade é salvar a economia portuguesa. Se não há outro remédio que não seja atrasar a alta velocidade, não nos deveríamos conformar apenas com isso”, sublinha Alvariño, defendendo um investimento de modernização da rede.

Em causa está um investimento em 40 quilómetros da linha do Minho, entre Nine e Viana do Castelo, e mais 50 quilómetros até Valença. Na Galiza, seria necessária a electrificação de apenas um troço de 10 quilómetros a norte de Tui. Segundo estudos na posse dos autarcas portugueses, em três anos, este investimento poderia ascender a 100 milhões de euros, dos quais 85 por cento seriam cobertos por fundos comunitários.

O representante dos empresários de Pontevedra sublinha que o momento “deveria” ser de “dar todas as facilidades ao tráfego de pessoas e mercadorias”, mas “parece que é ao contrário”, aludindo às dificuldades galegas no pagamento de portagens nas antigas SCUT e com a indefinição do futuro da actual ligação ferroviária entre Porto e Vigo.

Ainda do outro lado da fronteira, o autarca de Tui, cuja estação fica a poucas centenas de metros de Valença, defende o mesmo: “Assim, como está, não pode continuar”.
Moisés Rodriguez admite que a própria espanhola Renfe 'não fez tudo o que devia' até agora para “manter” o serviço, recordando que a viagem em território espanhol seguia sem cobrador.
A CP chegou a anunciar, para 15 de Julho, a supressão da ligação até Vigo.