As pessoas habituam-se depois nem dão por ela. Quem viajar, pela primeira vez, de comboio do Porto para Viana terá um sobressalto ao chegar a Nine.
Reparará que entrou no Porto num comboio moderno, numa linha dupla, devidamente electrificada e, se estiver mais atento, verificará até que foram suprimidas as passagens de nível. Dir-lhe-ão que esta linha é assim até Braga mas que se pretender seguir para Viana terá de mudar de comboio em Nine.
Reparará que entrou no Porto num comboio moderno, numa linha dupla, devidamente electrificada e, se estiver mais atento, verificará até que foram suprimidas as passagens de nível. Dir-lhe-ão que esta linha é assim até Braga mas que se pretender seguir para Viana terá de mudar de comboio em Nine.
Ao descer em Nine para seguir para o Alto Minho, depois de uma espera mais ou menos demorada, verificará que lhe oferecem um comboio decrépito, uma linha férrea de via única e não electrificada e um conjunto de ratoeiras que tomam o nome de passagens de nível.
Perguntará se mudou de país e verificando que não, perguntará o que se passou. Alguém lhe falará em abandono. Efectivamente é de abandono da linha do Minho que se trata, esta linha foi posta de lado por ocasião da modernização da via férrea que ocorreu no litoral do país desde Braga até Faro por ocasião do Campeonato Europeu de Futebol de 2004. E o mais estranho ainda é que Viana é mais litoral do que Braga o que significa que nem sequer há um litoral tratado do mesmo modo.
António Cândido de Oliveira
António Cândido de Oliveira