Pode
ler-se no Boletim n.º 2 da Associação Comboios XXI (julho de 2016),
fazendo eco do que foi dito nos meios de comunicação social que a linha
do Minho ficará eletrificada entre Nine e Valença em 2020.
Esta
foi a declaração feita, em Barcelos, pelo Ministro do Planeamento e das
Infraestruturas, Pedro Marques, mas foi apenas uma declaração política.
E embora mereçam toda a atenção as declarações políticas, a realidade
administrativa é outra coisa.
Para
a eletrificação ser real importa que se adjudique a obra a um
empreiteiro ( de qualidade) e isso implica abrir um concurso pela IP.
Adjudicada a obra, importa que o contrato que lhe serviu de base tenha
sido feito com todo o cuidado, prevendo a data de conclusão e entrega da
obra (e não é o mesmo janeiro de 2020 ou dezembro do mesmo ano), o
acompanhamento qualificado da mesma , medidas a tomar caso o empreiteiro
não cumpra e aqui mais importante do que as sanções são as alternativas
como, por exemplo, a entrega rápida a outro empreiteiro não vá suceder o
mesmo que na eletrificação entre Caíde e Marco.
Ao
mesmo tempo e noutro plano, importa que a CP adquira material
circulante moderno (com instalações sanitárias!) e assim igualmente abra
um concurso, acompanhe a sua execução e preveja medidas alternativas
para o não cumprimento do contrato.
Assim sucederá?
É
aqui que a opinião pública e com ela nomeadamente as autarquias locais
tem um papel da maior importância. Isto não é assunto apenas da IP e da
CP, é assunto que nos diz respeito, pois é para nós cidadãos utentes que
as obras e a aquisição de material circulante serão feitas.
Por
isso, importa desde já perguntar e saber estas e outras coisas:
Sabendo-se que o concurso já foi aberto (estava previsto para março de
2016), a obra já foi adjudicada? E a quem? E como estamos de material
circulante? Que composições vão ser adquiridas? Quais as suas
características? E estarão operacionais em 2020?
Infelizmente,
a informação quer da IP quer da CP estão longe de ser exemplo de boa
relação com os cidadãos. Parece que estes são vistos por aquelas
empresas como um estorvo e não como um aliado (ver o Boletim n.º 2 da Associação).
O
nosso papel é antes de mais informar e assim faremos. Não é tarefa
fácil quando quem tem a informação não a disponibiliza de modo claro,
completo e fácil. O Alto Minho não pode ficar para trás numa linha que
para sul é dupla e está eletrificada ( Nine-Porto) e para Norte ( na
Galiza) está eletrificada e, em grande parte, tem já autoestradas
ferroviárias.
Estamos
seguros que as autarquias da região e a CIM do Alto Minho não
descansarão na defesa dos direitos das populações respetivas.
António Cândido de Oliveira
(Direcção)