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19 maio, 2011

José Benoliel: “É necessário cortar 800 postos de trabalho”

Jornal de Negócios 19.05.2011

A CP tem de reduzir o número de trabalhadores. A garantia é dada por José Benoliel, presidente da CP, que diz que cortas custos na operadora de comboios é "uma obrigação diária".

Quantos aos trabalhadores, diz em entrevista ao "Diário Económico" que o grupo tem cerca de cinco mil funcionários e "precisa de despedir cerca de 800 pessoas". No ano passado reduziu 71 colaboradores. "O que se passa é que esse reforço tem de ser feito dentro do quadro legal a que a empresa está submetida", explica para concretizar que "com as recentes regras não pode haver mais de 80 pessoas por empresa, no mesmo ano, a rescindir contratos com acesso ao fundo de desemprego. Esta imposição legal está a limitar a capacidade de gestão da empresa". Por isso, Benoliel acredita que também este ano o número de rescisões será "residual".

O presidente da CP pede por isso "independência gestionária. Mas que independência é que a CP poderá ter com os cofres vazios e com a dívida que tem?".

Benoliel assume que a CP depende, agora, do financiamento da Direcção-Geral do Tesouro. Mas a dívida história da CP é, assumidamente, um problema.

Na mesma entrevista, o presidente da CP informa que adjudicou à AT Kearney o estudo sobre a viabilização de privatização ou concessão de linhas suburbanas de passageiros das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. O estudo estará concluído até 31 de Julho, um mês depois do previsto no PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) que já impunha à CP que estudasse a concessão destas linhas. "Houve um deslizamento de um mês, resultante do deslizamento de orientações. O que lhe posso garantir é que, da parte da CP, não houve um minuto de atraso".

José Benoliel explicou ter feito um concurso para escolher a consultora, por considerar que a CP não tem internamente "expertise" para o fazer. Diz que a AT Kearney apresentou a proposta mais barata, mas não diz o seu valor.