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13 julho, 2011

Beja também sem comboio

Comboios: Grupo da Assembleia Municipal de Beja quer reunir com presidente da AR
e com grupos e comissão parlamentares


Um grupo de trabalho da Assembleia Municipal de Beja pediu hoje audiências à presidente da Assembleia da República, aos grupos parlamentares e à Comissão de Economia e Obras Públicas para insistir na defesa das ligações ferroviárias à cidade.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da Assembleia Municipal de Beja, Bernardo Loff, explicou que o grupo de trabalho, criado para defender as ligações ferroviárias a Beja, quer, através das audiências, “lembrar que transitou da última legislatura e está em curso uma petição” em defesa das ligações ferroviárias a Beja.

O grupo espera que a petição seja discutida e votada no Parlamento “logo que possível” e que a conclusão do processo “seja favorável às pretensões” dos 15.071 signatários do documento e das populações do distrito de Beja, afirmou.

Segundo Bernardo Loff, o grupo vai “fazer todas as diligências” para que as audiências decorram no próximo dia 26, quando irá à Assembleia da República para participar na audição pública parlamentar promovida pelo Partido Ecologista “Os Verdes” sobre transportes ferroviários em Portugal.

A audição, segundo “Os Verdes”, pretende ser “uma oportunidade” para utilizadores, trabalhadores, autarcas, especialistas, defensores e interessados no transporte público ferroviário poderem “expressar as suas preocupações” sobre impactos ambientais, sociais e económicos decorrentes da possibilidade de fecho de linhas e serviços e de privatização de serviços para o desenvolvimento local, regional e nacional.

As decisões de pedir as audiências e de participar na audição foram tomadas na segunda-feira, na última reunião do grupo, composto pela mesa e por um representante de cada um dos grupos políticos da Assembleia Municipal de Beja e dois representantes do movimento de cidadãos criado pela Associação de Defesa do Património de Beja.



O grupo e o movimento foram criados e a petição foi promovida para contestar as intenções da CP de acabar com as ligações diretas em Intercidades entre Beja e Lisboa e com a ligação à Funcheira, que permite a ligação ao Algarve, e defender a eletrificação da linha entre Casa Branca e Beja.

O grupo também elaborou um documento com uma tomada de posição e uma síntese das iniciativas já tomadas pelo grupo e pela Assembleia Municipal de Beja em defesa das ligações ferroviárias à cidade e que já teve o parecer favorável da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral e da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo.

As intenções da CP de acabar com as ligações diretas via Intercidades entre Beja e Lisboa e com a ligação ao Algarve e a defesa da eletrificação do troço Casa Branca-Beja já motivaram duas manifestações e uma petição.

A primeira manifestação e a petição foram promovidas pelo movimento criado pela Associação de Defesa do Património de Beja.

A segunda manifestação foi promovida pela Assembleia Municipal de Beja, que aprovou duas moções por unanimidade, uma em janeiro contra as intenções da CP e outra em junho em reação a uma notícia sobre o estudo que o anterior Governo PS entregou à “troika” propondo o fecho de 794 quilómetros de linhas férreas no país, sobretudo nas regiões Norte e Alentejo.