O objectivo de qualquer empresa pública é assegurar um serviço de boa qualidade e abrangente em relação à população, regendo-se por esta missão prioritária e também por preceitos básicos comuns a qualquer outro tipo de empresa - prestar um serviço cada vez melhor, conquistar mais utentes e assegurar um bom nível de sustentabilidade nas receitas contra os custos de manutenção, de uma forma que não ponha em risco o objectivo principal de providenciar um serviço digno.
As subidas de preços que irão ocorrer novamente esta semana agem contra todos estes aspectos e demonstram não só a falta de vontade política em reconhecer o valor estratégico que a ferrovia pública tem para a economia do país, para a poupança dos cidadãos, para a coesão territorial, para as metas ambientais e para o desenvolvimento em geral.
Constatamos que os aumentos de preço pouco ou nenhum reflexo irão ter na mitigação da dívida das empresas, dívida essa que ultrapassa largamente os custos operacionais.
Constatamos que os aumentos não são acompanhados de nenhuma melhoria na oferta, tendo mesmo vindo a ser intercalados por reduções de horários, ligações e mesmo pelo fecho de linhas e estações.
Constatamos que num contexto em que encorajada a poupança dos cidadãos e a canalizados os fundos existentes para as situações essenciais o transporte colectivo está a ser roubado do papel que podia ter nestes dois aspectos.
O único resultado só pode ser a continuação da sangria em utentes que tem caracterizado as últimas décadas do transporte em Portugal, em contra-ciclo com outros países europeus.
Alfa Pendular e Intercidades mantêm preços em Fevereiro
"Isto porque este serviço não é tutelado, ou seja, depende mais da política comercial da empresa. A transportadora tem apenas que informar o Governo sobre os preços a aplicar e pode optar por não seguir a política tarifária imposta pela tutela. "
O que muda no preço dos transportes
"O Passe Social+ é alargado a famílias com rendimentos até 1258 euros, que tenham dois sujeitos passivos e dois dependentes (idosos ou jovens), com descontos progressivos consoante o rendimento. "
Aumentos nos transportes vão levar a quebra de 20% de utilizadores
"Esta subida brutal nos passes sociais nos transportes públicos vai originar a fuga de muito dos utilizadores para o transporte individual. Vai certamente originar a uma redução muito acentuada de clientes, em especial os jovens e os idosos que têm aumentos incomportáveis"
Governo não descarta novos aumentos nos transportes
Sérgio Monteiro adiantou que o Governo está a tomar medidas para que exista um ajustamento imediato dos preços dos transportes aos valores da inflação.
Governo cria novo titulo para reformados e crianças
O Governo irá avançar com a criação de uma nova classe de títulos para reformados, pensionistas, séniores e crianças que serão válidos apenas fora das horas de ponta. Este novo título deverá começar a ser disponibilizado já em Fevereiro, com um desconto de 25%, acumulável com outros benefícios. Este título será disponibilizado a toda a população, independentemente dos rendimentos.
Estudantes e idosos vão pagar mais 82% a partir de Fevereiro
O governo, contudo, vai abrir a possibilidade dos mais desfavorecidos – com rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos ou subsídio social de desemprego – continuarem com direito a 50% de desconto. Já quem ficar de fora destes casos, terá apenas 25%.
