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05 setembro, 2016

Autarcas do Douro unidos na defesa da Linha do Douro



Na última reunião da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), quarta-feira passada, os 19 autarcas da região tomaram uma posição unânime de defesa da Linha ferroviária que serve a região e que tem estado debaixo de fortes críticas, na sequência das dificuldades de gestão enfrentadas pela CP.

Francisco Lopes, presidente da CIM Douro (e também presidente da Câmara de Lamego), esclareceu que a CIM vai remeter uma exposição ao Governo, à administração da CP e à Infraestruturas de Portugal, "fazendo uma defesa intransigente da infraestrutura ferroviária da Linha do Douro e da qualidade de serviço".

Nas suas declarações, disse ainda o presidente da CIM Douro que os autarcas que se reuniram em Murça estão preocupados "com a desqualificação a que tem sido sujeita toda a Linha do Douro ao longo dos anos", desde a própria infra-estrutura, as estações e o material circulante, que tem sido reduzido. "Receamos muito que este desinvestimento conduza a Linha do Douro e o serviço ferroviário no Douro a um nível de desqaulificação tão grande que justifique medidas gravosas como as que já foram tomadas em outros pontos do território, inclusive no Douro, com o encerramento do Pocinho. E essa é uma situação absolutamente inaceitável para os autarcas da CIM".

Francisco Lopes salientou que a eletrificação da via é prioritária. "Entendemos que é altura de ser encarada já que, pela primeira vez, há fundos comunitários e uma prioridade de investimento na ferrovia em Portugal que nunca houve em quadros comunitários anteriores".

Lembramos que o Governo, no documento "Plano de Investimentos Ferroviários 2016-2020", conhecido como Ferrovia 2016-2020, previa a conclusão da eletrificação do troço Caíde-Marco para Dezembro 2016. Em 29 de Julho de 2015, numa sessão pública em Marco de Canavezes, o então secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e o anterior presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, apresentaram a obra, que teria um prazo de execução de 15 meses por forma a estar concluída em finais de 2016. A informação no próprio site da Infraestruturas de Portugal (IP) está muito atrasada. À data de escrita deste texto, 5 de Setembro de 2016, lê-se "Previsão da conclusão: agosto de 2016."

Já passado cerca de um ano da sessão pública em Marco de Canavezes e afinal havia problemas com os empreiteiros e não se estava nem perto de terminar a obra. Vinha no dia 4 de Julho Fernando Martins da IP dizer que poderia haver um de três cenarios. A "cedência de posição do empreiteiro para os subempreiteiros, o que tem que ver com o aval de todas as partes", a "cedência de crédito" ou então "avançar para uma resolução do contrato", o que implica "reajustar o projecto e lançar um novo concurso para terminar o que está em falta", situação que faz com que "a conclusão da obra seja muito mais tarde do que desejaríamos". Nessa altura, Fernando Martins mostrava-se optimista quanto a encontrar-se uma solução e a Infraestruturas de Portugal disse acreditar que "entre o final do primeiro trimestre e início do sengundo" do próximo ano, 2017, a obra poderia estar concluída.

Chegados aqui, continuamos a questionar a IP sobre como está esta obra e continuaremos a ser uma voz cooperante. Contem connosco.