SEARCH

21 março, 2008

Algumas perguntas aos responsáveis pelos caminhos de ferro

Estas perguntas são dirigidas a quem tem a seu cargo a responsabilidade das infra-estruturas e dos transportes ferroviários e num momento em que se anunciam novos horários para a linha Porto-Braga que em pouco melhoram a situação actualmente existente.

Como é possível que, passados mais de quatro anos sobre a duplicação e electrificação da linha Porto – Braga, continue ainda a haver ainda um troço de alguns quilómetros na Trofa que tem apenas uma linha?

Como é possível dizer-se também que não há comboios mais rápidos entre Ermesinde e Porto porque a linha aí tem só duas vias, devendo ter mais? Não se pensou nisso em devido tempo?

Como é possível obrigar os passageiros que vêm de Braga, Famalicão e Trofa a chegar mais tarde ao Porto só porque se entendeu que a partir de Ermesinde os comboios devem fazer serviço de metro?

Ainda não se percebeu que um serviço e outro são incompatíveis? Ou que a tentativa de compatibilização de ambos prejudica todos os passageiros (uns porque chegam mais tarde ao Porto, outros porque já encontram os comboios cheios)?

De que estão à espera os responsáveis dos caminhos de ferro para explicar a razão pela qual os passageiros que chegam a Famalicão e a Braga precisam de apanhar um táxi ou transporte particular para chegar aos lugares mais importantes das respectivas cidades? Isto implica ainda uma outra pergunta: por que motivo não se arranja uma versão moderna e eficiente do antigo “serviço combinado com a CP?”

De que se está à espera para ter mais e melhores horários nos fins de semana?

Como é possível, por outro lado, que não haja um serviço de transportes públicos digno desse nome entre Porto e Viana e mais ainda entre Porto e Vigo? Sabemos que a linha actual é má e não permite grandes velocidades, mas não seria possível, mesmo assim, rentabilizá-la mais, fazendo horários melhores?

Não tenho dúvidas (outros terão) que é preciso uma linha moderna, de bitola europeia, permitindo velocidade de 220/250 quilómetros hora, entre Porto e Vigo. Mas isso não deve significar, parece-me, o abandono da linha actual. Ou deve?

Por que não há explicações e respostas para estas e outras perguntas?

António Cândido de Oliveira

Artigo saído no JN de 20 de Março de 2008