António Mendonça, Ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações, disse no Parlamento que que mais valia dar um carro a cada passageiro, do que manter a Linha do Tua. O Ministro diz o que sabe, mas não sabe o que diz - a linha do Tua não é apenas uma infra-estrutura que transportava umas dezenas de passageiros, é um modo de vida, é uma paisagem, é um rio ainda selvagem, é uma via estruturante para a desejável retoma do desenvolvimento daquela região.
Ao admitir a sua substituição por vias rodoviários, o senhor Ministro está a fazer um frete à EDP, que destruirá tudo, na cega mira do lucro fácil, com a construção de uma barragem desnecessária: os ecossistemas, a paisagem (que bem pode levar à desclassificação do Douro) e o futuro, serão sacrificados para dar lugar a um empreendimento que gerará uma ridícula percentagem da energia consumida em Portugal. A anterior SET (Ana Paula Vitorino) sempre se opôs à destruição da linha do Tua; talvez por isso tenha sido substituída.
