
A edição de hoje do JN traz uma pequena reportagem (em que as fotos ocupam mais do dobro do tamanho do texto), com larga chamada na primeira página da edição nortenha, sobre a linha de Leixões. O título não podai ser mais elucidativo: "TRÊS PASSAGEIROS POR VIAGEM"; sendo aparentemente verdadeiro, descarta qualquer indício das verdadeiras razões para esse estado de coisas. Também deliberadamente, publica a opinião de três reformados, passageiros acidentais, em vez da opinião da gente jovem que lá anda todos os dias úteis; também não inocentemente, esqueceu a opinião da mais activa associação de utentes dos caminhos de ferro (a nossa Comboios XXI) e de quem, dentro dela, tem uma opinião muito concreta e informações rigorosas sobre a linha.
A reportagem do JN deve, portanto, ser lida como sendo o aviso do Poder sobre o próximo encerramento da linha de Leixões.
Sejamos claros: aquela linha tem que ser encerrada antes da iminente privatização do serviço de comboios urbanos do Porto, porque a sua inclusão no pacote seria encarada como uma menos-valia, pelo volume de investimento a considerar para a tornar rentável. O frete do JN é apenas o primeiro e inequívoco sinal.