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04 julho, 2011

Associação Industrial do Minho e utentes contra fecho da linha Porto-Vigo

TSF 03.07.2011

A Associação Industrial do Minho está contra o encerramento da ligação entre o Porto e Vigo, uma posição que também é partilhada pelos utentes desta linha ferroviária.

O presidente da Associação Industrial do Minho ficou surpreendido com o anúncio do encerramento da linha ferroviária entre o Porto e Vigo e lembra que estão em causa relações económicas importantes entre o Norte e a Galiza.
Ouvido pela TSF, António Marques disse ter recebido esta notícia com um «misto de lamentação e surpresa», apesar de a CP ter «toda a legitimidade» para tomar esta decisão.
«Achamos que é mais fácil o enquadramento de ligações comerciais entre Portugal e a Galiza numa altura em que há o problema da introdução [de portagens] nas SCUT e de não saber muito bem como espanhóis pagam quando entram em Portugal», lembrou.

Para António Marques, esta é «mais uma machadada numa oportunidade que o Norte pelas relações comerciais, quer na exportação quer na importação, tem com a Galiza».
«Não quero acreditar que seja uma decisão política até porque o Governo tomou posse há dias. É apenas uma decisão operacional», adiantou o responsável desta associação, que se queixou destas reduções que acontecem sempre a Norte.

António Marques entende a decisão de acabar com a linha Porto-Vigo revela a «insensibilidade de quem decide nas empresas públicas», decisão que espera que possa ser revertida «rapidamente» pelo Governo.

Por seu lado, a Associação de Utentes de Comboios 21 não entende como uma decisão destas pode surgir no Verão, ainda para mais numa altura em que a facturação da linha tinha crescido de 2009 para 2010.
«Temos também dados que nos referem que no lado espanhol não há cuidado na cobrança dos bilhetes», acrescentou Rui Rocha, que lembrou que do lado português apenas se pode adquirir bilhete até Tui.
Rui Rocha lembrou ainda que o revisor espanhol raramente aparece para ver se as pessoas compraram o bilhete até Vigo, uma situação que dificulta a obtenção de receitas.