Realizou-se no Porto, no dia 9 de Maio de 2012, a XXV Cimeira luso-espanhola, presidida pelo Primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e pelo Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy Brey.
A Declaração Conjunta que resultou dessa cimeira, com um total de 12 páginas menciona no que toca aos transportes ferroviários e mais concretamente à linha Porto-Vigo, o seguinte:
“ No quadro das propostas apresentadas pelo grupo de trabalho luso-espanhol para o estudo da optimização da ligação ferroviária Porto – Vigo, foi decidido um melhoramento progressivo e substancial deste serviço em duas etapas: inicialmente através da sua potenciação como serviço internacional e, numa segunda fase, a médio prazo, através de uma actuação sobre a infra-estrutura ferroviária. Estas duas etapas estão intimamente ligadas e devem conduzir ao objectivo de, tão próximo quanto orçamentalmente possível, as duas capitais regionais terem um serviço de qualidade capaz de ser competitivo, em tempo e em custo, com a ligação rodoviária atual, contribuindo assim para a redução do
impacto ambiental e sustentabilidade económica desta infraestrutura ferroviária”.
Note-se:
1. Pretende-se ligar Porto e Vigo através um serviço ferroviário de “qualidade capaz de ser competitivo, em tempo e em custo, com a ligação rodoviária atual”
2. Isso implica a médio prazo, afirma-se, uma “actuação sobre a infra-estrutura ferroviária”
3. Mas acrescenta-se que tudo isto ocorrerá em prazo “tão próximo quanto orçamentalmente possível”, o que atira tudo para prazo incerto
4. E há uma clara ausência de referência ao melhoramento do serviço entre as cidades intermédias, esquecendo-se que esta linha para além de ter uma dimensão internacional tem uma importante dimensão regional.
5. A associação deve acompanhar este assunto de muito perto.
António Cândido de Oliveira
