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27 outubro, 2009

Continuamos à espera de um plano para as emergências!

Voltou a acontecer! Na pretérita sexta-feira dia (23 Out 2009), um passageiro a bordo do comboio nº 15254 procedente de Braga, nas imediações de Campanhã, sentiu-se mal e chegou mesmo a desmaiar, perante a aflição da revisora que, visivelmente, não dispunha de instruções precisas, tendo-se limitado a ligar para o 112.

Apesar de instado pelo presidente da Assembleia Geral da Comboios XXI, que ali seguia, a usar o sistema sonoro do comboio para pedir a ajuda de médico ou enfermeiro que eventualmente viajasse nesse momento, o maquinista nada fez – aparentemente por não possuir instruções para isso. E quando interrogado da razão de não prosseguir para São Bento, que fica muito mais perto do Hospital de Santo António e do próprio centro operacional do CODU, disse que não tinha instruções para tal.

Desconhecemos o que aconteceu ao passageiro idoso; apenas sabemos que 10 minutos após o alerta o INEM ainda não tinha chegado ao local onde o comboio estancara a marcha (apesar de estar a apenas 4 minutos de S.Bento).

Numa situação semelhante aqui relatada há um ano atrás (12 Nov 2008, comboio nº 15206), uma passageira acabou por falecer, depois de estar quase meia hora na Travagem à espera do socorro do INEM que chegaria de Ermesinde. Se o comboio tivesse prosseguido a sua marcha até à estação de Ermesinde, alertando-se o INEM para a emergência, o socorro teria chegado em escassos minutos.

A Comboios XXI tem insistido com a CP, designadamente com a direcção da unidade de negócios dos urbanos do Porto, para a necessidade de um plano articulado com o INEM/CODU para estas situações. Um plano que seja conhecido de todos os maquinistas e revisores, e que inclua o pedido de ajuda, através do sistema sonoro dos comboios, a algum médico ou enfermeiro que viaje a bordo – tal como se faz, por exemplo, nos aviões.

As evasivas respostas que vínhamos recebendo prenunciavam o que mais temíamos: que nada tinha sido feito, e que a vida dos passageiros continua entregue à sensibilidade e ao “desenrascanço” dos revisores e maquinistas. Confirmou-se! NÃO PODE SER! As nossas vidas exigem que alguém na CP levante o assento da cadeira e ponha em marcha um sério plano de emergência – e não só para este tipo de situações – devidamente articulado, divulgado e até ensaiado.


Texto escrito pela Direcção da ComboiosXXI