in TSF, 2010/08/18
Várias organizações de defesa da Linha do Tua decidiram, esta quarta-feira, abrir a Semana da Mobilidade, que se assinala a nível nacional em Setembro, com uma vigília em Lisboa pela ferrovia transmontana.
Os promotores do protesto pretendem mobilizar as populações do vale do Tua para esta vigília, marcada para 18 de Setembro, faltando ainda escolher um local que «seja simbólico«.
A informação foi avançada à Lusa por Manuela Cunha, activista da Linha do Tua e dirigente do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), que organiza o protesto, juntamente com a Associação dos Amigos do Vale do Tua, o Movimento Cívico pela Linha do Tua e o recém-criado Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua.
Este último movimento nasceu na aldeia de Codeçais, no concelho de Carrazeda de Ansiães, local da reunião desta quarta-feira à noite, em que as quatro organizações decidiram avançar com a manifestação "para fazer ouvir a voz dos defensores da Linha do Tua".
A data da vigília será também aproveitada para entregar, na Assembleia da República, o abaixo-assinado posto a circular, na terça-feira, pelo movimento de Codeçais, que se propõe recolher 10 mil assinaturas para pedir a reabertura da ferrovia até Bragança.
Os promotores da vigília escolheram a Semana da Mobilidade para se manifestarem também de forma simbólica «em defesa de uma mobilidade sustentável» que preconizam através do comboio.
Apelam à mobilização de populações e outras entidades do vale do Tua, mas ainda não decidiram se a viagem até Lisboa será feita de comboio ou de autocarro.
Quem pretender deslocar-se pelo caminho-de-ferro terá de ir apanhar o comboio precisamente no fim da Linha do Tua, na localidade com o mesmo nome, viajar pela Linha do Douro até ao Porto e fazer novo transbordo para a Linha do Norte.
A circulação está suspensa na maior parte dos cerca de 60 quilómetros que ligam Mirandela ao Tua e o transporte está a ser assegurado por táxis alternativos ao comboio até haver uma decisão sobre o dilema que opõe a linha e a barragem de Foz Tua.
O Governo deverá decidir nas próximas semanas se aprova a construção da barragem, submergindo 16 quilómetros da última ferrovia do Nordeste Transmontano.