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30 junho, 2011

Grandes lucros na CP

Jack Soifer em Jornal OJE 04.06.2011  via Maquinistas.org

Privatizar a CP não resulta. Todos os países onde o fizeram voltaram atrás, como a Inglaterra. É preciso uma administração profissional em vez de boys, com salários baixos e um bónus relatado ao lucro.

Para que os caminhos-de-ferro possam optimizar o seu transporte de pessoas, têm de considerar as expectativas dos vários nichos de passageiros. Podem, como se faz em alguns países, oferecer bilhetes baratos e pacotes diferenciados, por exemplo:

- Férias em um só destino, comprado 60 dias antes e para o mês de poucas viagens, como Junho, pago com muita antecedência;
- Férias de família, idem, em que pelo preço de dois adultos pode ir a família toda, até cinco pessoas;
- Férias multidestino, dentro de um só país ou grupo de países, como os nórdicos, individual ou família;
- City-break, em geral fim-de-semana, exceptuando os horários com muito tráfego normal, individual ou família;
- City-break mid-week, em geral para os que folgam durante a semana, reformados, desempregados, jovens, nos horários off-peak;
- Night-coach, viagens longas em carruagens normais;
- Last-minute, para aproveitar lugares ainda não reservados, vendidos só nas 12 a 20 horas que antecedem a partida, em geral só para idosos e jovens estudantes;
- Stand-by, idem, nas duas horas que antecedem a partida.

Há muitas outras formas de optimizar a ocupação dos lugares em comboios, não só com os turistas, mas também com visitantes de um dia. É o caso dos avós que vão passar algumas horas ou uma só noite com os filhos ou netos e têm flexibilidade de horário. Há cabinas especiais para crianças em comboios de longas viagens, por exemplo, na Europa do Norte. Isto deixa-as mais à vontade para brincar sem perturbar os idosos que queiram silêncio.

Inovar é aumentar o imposto sobre o crude, para enfrentar a crise e reduzir a poluição e o desperdício do transporte individual.

*Autor de Como Sair da Crise, Lucrar na Crise e Transportes