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20 outubro, 2016

Douro Azul garante transporte público no Vale do Tua

O futuro transporte de passageiros no Vale do Tua fica a cargo da Douro Azul, mas a empresa só assume metade do actual prejuízo com o serviço. Em causa estão a navegação turística na albufeira e a gestão da linha de caminho-de-ferro.

 

 


Foto: Nuno Mourão
Já se sabia que a empresa Transportes Turísticos do Vale do Tua ia assumir a mobilidade turística na região do vale. O contrato já assinado entre a empresa e a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT) - que reúne a EDP e as câmaras de Alijó, Carrazeda, Murça, Vila Flor e Mirandela - foi a solução encontrada para assegurar o plano de mobilidade para o vale e umas das contrapartidas exigidas pela construção da Barragem do Tua.

Agora, Mário Ferreira, dono da Douro Azul e da Mystic River, compromete-se também a garantir o transporte quotidiano de passageiros, que actualmente rende à CP um prejuízo anual de cerca de 100 mil euros.
Segundo revela o Jornal de Notícias, o serviço (três viagens para cada lado, sobretudo entre o Cachão/Mirandela e Foz-Tua) serve uma média de 15 pessoas por mês.

Em declarações ao diário, o empresário sublinha que não tem "obrigação de o fazer" - já que a sua área de negócio é o turismo - e revela as condições impostas. Garante fazer as três viagens para cada lado, desde que lhe seja entregue o material circulante para ser requalificado, e que os prejuízos de exploração não ultrapassem os 50 mil euros anuais.
Os pormenores deste negócio ainda estão a ser discutidos, mas fonte da ADRVT garante que as partes já chegaram a acordo em relação ao serviço actualmente prestado.

O que está mesmo garantido é que, a partir da próxima Primavera, Mário Ferreira vai assegurar a exploração turística do vale, o que inclui o transporte dos turistas de autocarro desde a estação de Foz-Tua até ao cais da barragem; a viagem de barco até à Brunheda (Carrazeda), seguindo até Mirandela num comboio histórico.

Pôr este plano em marcha vai custar cerca de 16 milhões de euros, 11 milhões dos quais saem dos cofres da EDP. Mário Ferreira avança com os restantes "cinco milhões", na expectativa de que os 25 anos da concessão corram bem, mas a contar com algum "prejuízo nos primeiros quatro ou cinco anos".
Não tendo aparecido outros interessados no concurso público, a Transportes Turísticos do Vale do Tua fica assim com o monopólio da exploração das infraestruturas: linha ferroviária, os cais e as fluvinas e os meios de transporte.