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31 outubro, 2016

Electrificação da Linha do Minho divide Portugal e Espanha


O Presidente da CP espera que os espanhóis adoptem a mesma tensão que Portugal. Caso contrário, Portugal terá que arranjar comboios bitensão, iguais aos que o país vizinho já tem.




Na entrevista concedida ao Jornal de Notícias este domingo, Manuel Queiró revela-se satisfeito com o avançar da electrificação da Linha do Minho, mas diz esperar que os espanhóis optem por usar a mesma tensão que Portugal. Se não, a CP terá de arranjar comboios semelhantes aos que Espanha já tem. "Os espanhóis continuam com uma tensão diferente da portuguesa entre Vigo e a fronteira. Implicará um inconveniente para o lado português, porque os espanhóis têm comboios de bitensão e Portugal ainda não".

Questionado sobre se a CP dispõe de comboios capazes de entrar no território espanhol, o administrador garante que "ainda é cedo". "Não basta a electrificação do lado português, é preciso assegurar que se electrifica o lado espanhol, o que não está sequer programado. Nessa altura, esperamos já ter o reforço da frota de longo curso".
Alugar material circulante bitensão é uma hipótese: "Já temos material alugado aos espanhóis, pode ser que nessa altura se volte a alugar material de bitensão. Mas preferimos que as electrificações que Espanha planeia até à fronteira se ajustem à tensão usada em Portugal", declarou.

Igualmente vital é duplicar a via da linha: "É uma linha de via única (...) é preciso aumentar os locais de cruzamento, com duplicação de via".

Em relação à capacidade de o Celta se tornar um serviço rentável, o Presidente da CP não se compromete: "O ponto essencial neste comboio não é apenas a rentabilidade. Para o Noroeste é um comboio simbólico, de natureza política", assevera. Cifra o prejuízo do serviço nalgumas "centenas de milhares de euros", mas "garante que os números da exploração melhoraram".