Depois do acidente que há um mês fez 4 mortos, CP e RENFE adoptam tecnologia que o teria impedido. A congénere espanhola já queria substituir o sistema antes.
Foto: Vigo al minuto |
Um sistema deste tipo teria evitado o acidente com o comboio Celta que causou a morte a quatro pessoas, entre as quais o maquinista português. O ASFA digital não deixaria que este se aproximasse da estação em excesso de velocidade. Recorde-se que a composição passou as agulhas da linha principal para uma linha alternativa a 118 Km, numa zona onde não podia exceder os 30 Km./hora.
A automotora que no dia 9 de Setembro fazia o serviço do primeiro Celta da manhã entre Porto e Vigo estava equipada com o ASFA analógico, um sistema mais antigo que depende do maquinista para travar a marcha do comboio, tal como metade das que fazem este trajecto.
A decisão foi tomada pela CP que explora este serviço em parceria com a Renfe. Contudo, ainda antes do trágico acidente, a congénere espanhola da CP já tinha intenção de instalar nesta linha o modelo mais seguro, em detrimento do analógico, revela ainda o mesmo diário.
De resto, a empresa tem vindo a fazê-lo gradualmente em todos os seus comboios e já anunciou que a partir de Janeiro todas as composições em Espanha deverão possuir o ASFA digital.
Na origem do acidente, para além de falhas técnicas e humanas, estará "um desfasamento de práticas e parâmetros técnicos de segurança entre entidades detentoras da infraestrutura e operadores de transporte", considera o investigador da Universidade do Algarve, Manuel Tão, citado pelo JN.