V.N. Famalicão
Cena 1:
O comboio suburbano vindo de Braga chegou a Famalicão às 10h02, conforme o horário, com a indicação «Aveiro». Entrou ao contrário do habitual na linha 3. O comboio estava completamente cheio e assim se manteve até Porto São Bento, enchendo ainda mais à medida que segui viagem.
Seguiu sem qualquer informação áudio ou visual.
Estava muita gente em pé e nem havia sinal do revisor.
À hora marcada, 10h45 o comboio chegou a São Bento.
Cena 2 (cont.):
O comboio que sai de Braga às 9h34, passou em Famalicão às 10h02, com indicação «Aveiro» e chegou a São Bento às 10h45, conforme o horário.
Questionei delicadamente em São Bento o maquinista por que razão o comboio seguia com a indicação «Aveiro», tendo o próprio respondido, com espanto: “Aveiro?!”.
Confirmei a informação e o revisor retorquiu “Se o Senhor o diz…”.
No entanto, foi verificar e, lendo “Aveiro”, pediu-me desculpa. O maquinista não sabia que o comboio estava a circular com a indicação «Aveiro».
“A culpa não é nossa”, disse.
“Vá ao Gabinete do Utente, na Estação de São Bento, e explique o que se passa. Nós até agradecemos.”
Fui ao Gabinete do Utente e vi um funcionário sentado a olhar para mim. Contei-lhe a história e o conselho do maquinista e o mesmo funcionário respondeu-me “Tem de escrever a reclamação aqui ou fazê-la na net”. Respondi que não tinha tempo e disse-lhe: “Deveriam ter aqui a possibilidade de receber a reclamação oralmente, ou por via de uma gravação”.
O funcionário respondeu-me, com alguma displicência que, atendendo à política de proteção de dados, tal não poderia acontecer.
Disse-lhe que autorizava a gravação.
Não era possível, pois nem meios para tal possuía, pelo que depreendi.
Vim embora!