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07 maio, 2012

Modernizar a Ligação Ferroviária Internacional Porto / Vigo


Declaração
Modernizar a Ligação Ferroviária Internacional Porto / Vigo
Potenciar a euro-região Norte de Portugal – Galiza
Melhorar o Serviço Ferroviário aos Utentes

A  Associação do Eixo Atlântico e a Associação de Utentes Combóios do Século XXI reunidos hoje em Viana do Castelo com o objectivo de alertar os governos de Portugal e de Espanha, na véspera da Cimeira Ibérica, vêem recordar a necessidade da modernização da ligação ferroviária Porto Vigo, como pressuposto para potenciar a euro-região Norte Portugal - Galiza:

É urgente e necessária uma ligação ferroviária moderna do Século XXI, impondo-se  a modernização da linha do Minho, entre Vigo e Porto, que permitirá ligar ambas as cidades num tempo estimado de setenta e cinco minutos, servindo todas as populações ao longo da ferrovia, de cerca de 2 milhões de habitantes da euro-região;

Esta ligação representa um pequeno investimento financeiro dos inicialmente previstos para a ligação ferroviária de alta velocidade Porto - Vigo, podendo ser reorientadas verbas de fundos comunitários disponíveis ou afetar no próximo quadro comunitário de apoio;

Este projeto das comunidades do Norte de Portugal-Galiza é técnica e  financeiramente viável e representa  um fator essencial para o desenvolvimento e competitividade económica e social desta euro-região e um serviço ferroviário de proximidade para as populações locais;

A Associação de Utentes Comboios do Século XXI chama a atenção para a brutal desigualdade que há entre a Linha Porto-Braga ( eletrificada,  via dupla, sem passagens de nível e com comboios modernos) e a linha Nine-Valença  ainda não eletrificada, com uma única via, cheia de passagens de nível e com comboios de meados do século XX em muito mau estado.





Esta situação dificulta a mobilidade de passageiros entre a Região Norte e a Galiza com prejuízos de toda a ordem económica, social  e outros, atingindo mesmo a ligação entre universidades e instituições do ensino superior, devendo notar-se que cada vez mais alunos e docentes  utilizam o transporte público quando ele reúne condições satisfatórias.

O transporte, que é muito procurado,  entre Valença, Viana e Porto e vice-versa tem tempos de viagem excessivos e horários desajustados  que levam os utentes a escolher outros meios, nomeadamente o automóvel.  A Associação Comboioios Século XXI entende que a linha tem grandes potencialidades que estão atrofiadas por esta situação.


Viana do Castelo, 7 de Maio de 2012.

A Associação do Eixo Atlântico
A Associação Utentes Comboios do Século XXI

11 janeiro, 2012

Porto-Vigo à espera do dia 31...

No fim deste mês regressamos à mesma ansiedade de não saber se existirá ainda a última ligação internacional do Norte do país, sendo que todas as melhorias propostas pelos utentes e instituições da região relativas à Linha do Minho vão ficando pelo caminho, tal como sucede no Douro, no Oeste, no Alentejo e no Mondego.

Há um ciclo de desinvestimento que acabará por erodir em Portugal uma solução de transporte que prospera por todo o mundo.

Apesar disto vamos lendo notícias que dão conta do potencial da ligação, num momento em que é necessário o investimento em soluções que possam poupar ao Estado e aos cidadãos:

11 outubro, 2011

"Manifesto pela Modernização da Linha do Douro"

Divulgamos aqui este documento, da iniciativa do Rotary Club da Régua, que pode ser consultado aqui.

Manifesto pela modernização do troço Marco-Pocinho e pela reabertura do troço Pocinho-Barca D’Alva, da Linha do Douro

“Os vinhedos e o comboio são parte integrante da riqueza turística do Alto Douro Vinhateiro e reflectem bem o árduo trabalho que foi necessário para os concretizar. Nesse sentido, imaginar o Vale do Douro sem o comboio é o mesmo que o imaginar sem o Vinho do Porto”

A Linha do Douro começou a ser construída em 1872 e ficou concluída em Dezembro de 1887, incluindo o troço entre Barca D’Alva e La Fuente de San Esteban, o que permitiu estabelecer uma ligação por Caminho-de-ferro entre Porto e Salamanca.

Na década de oitenta, fruto do estado de degradação e de tráfegos muito reduzidos, a ligação internacional foi suspensa, tendo encerrado ao tráfego ferroviário entre Barca D’Alva e La Fuente de San Esteban em 1 de Janeiro de 1985, e entre Pocinho e Barca D’Alva em 18 de Outubro de 1988.

Atendendo a que:

1. A Linha do Douro e o canal navegável do Rio Douro são as únicas vias de comunicação longitudinais da região;

2. A realização de cruzeiros turísticos está fortemente dependente da complementaridade do Caminho-de-ferro;

3. O troço Barca-D’Alva-La Fregeneda, inserido na ligação a Salamanca, inteiramente financiada com capitais portugueses, foi declarado Bem de Interesse Cultural com a categoria de Monumento e está a ser alvo de trabalhos de reabilitação para utilização de veículos ferroviários ligeiros pela Tod@via - Asociación de Frontera por una Vía Sostenible;

4. A Linha do Douro está inserida num eixo de elevado potencial turístico, na medida em que permite ligar o Porto, o Vale do Douro, as gravuras rupestres do Vale do Côa, Salamanca, Ávila e Madrid, locais aos quais foi atribuído pela UNESCO o designo de Património da Humanidade;

5. A crescente procura turística verificada na cidade do Porto e no Vale do Douro, decorrente dos voos low cost para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e do aumento do Enoturismo;

6. A montante do Vale do Douro reside um mercado de enorme potencial turístico, nomeadamente nas cidades de Madrid, Valladolid e Salamanca, o que permite equilibrar o Douro entre dois pólos geradores de viagens de idêntica dimensão;

7. A futura ligação de alta velocidade Madrid-Salamanca irá permitir diminuir os tempos de viagem de toda a Espanha para aquela cidade;

8. O benefício que reside da possibilidade de existir uma ligação regular de transporte de passageiros entre Porto e Salamanca pelo Vale do Douro como factor dinamizador do fluxo turístico ao longo da região;

9. A não compatibilização da construção de um eixo rodoviário longitudinal com o desígnio de “Património Mundial”;

10.Atendendo a que o transporte de mercadorias via Porto de Aveiro é fortemente subsidiado pelo Estado, passando-se semanas em que não existem quaisquer circulações de comboios de mercadorias para o mesmo, e o volume de mercadorias movimentado através do Porto de Leixões é incomparavelmente superior, a ligação ferroviária mais curta para a Europa é pelo Vale do Douro, traduzindo-se em cerca de menos 110 km até à fronteira, do que pela linha da Beira Alta, o que, associado ao facto da circulação de composições de mercadorias só ser eficiente a velocidades inferiores a 120 km/h, torna a Linha do Douro numa alternativa muito mais económica do que o eixo Aveiro-Viseu-Salamanca, por já existir;

11.A A24 e o IP2 servirem essencialmente os eixos Vila Real/Régua/Lamego e Torre de Moncorvo/Vila Nova de Foz Côa, respectivamente, não estando sequer calendarizada a construção IC26 para a Régua.Tendo em consideração a necessidade de se potenciar o desenvolvimento turístico da região, o que contribuirá para o aumento da actividade económica do País e, consequentemente, para o equilíbrio da balança comercial, por via da captação de turismo estrangeiro e havendo a necessidade de um eixo ferroviário no norte para escoamento de mercadorias. Considerando ainda o consenso existente entre os 28 Municípios servidos por esta infra-estrutura centenária. Solicitam os Durienses, os Transmontanos e os Beirões a reabertura da ligação internacional da Linha do Douro por Barca D’Alva, bem como a modernização da mesma, entre Caíde e Pocinho, contemplando a electrificação, sinalização electrónica e tratamento de taludes, de forma a se reduzirem os tempos de viagem para 1h25 entre Porto e Régua, 2h40 entre Porto e Pocinho e 4h entre Porto e Salamanca, viagem que nos anos 70 demorava mais de 11h...

Peso da Régua, 27 de Setembro de 2011

ROTARY CLUB DA RÉGUA

07 outubro, 2011

Novo Plano Estratégico dos Transportes

Estamos a acompanhar os últimos desenvolvimentos relativos ao novo Plano Estratégico dos Transportes apresentado hoje pelo Ministro da Economia.

Aguardamos que o documento seja finalmente fornecido para que possamos elaborar uma resposta adequada, apesar de nos terem chegado notícias de algumas alterações através da imprensa.
Faremos o possível para que os utentes dos comboios sejam ouvidos em relação às matérias abordadas.

"No sector dos transportes quase tudo terá de mudar"

Medidas não resolvem "problema de fundo" das empresas de Transporte

Reestruturação do sector dos Transportes penaliza as famílias

Corte drástico no sector dos transportes em 2012

08 setembro, 2011

Novas alterações na Linha de Cascais

Fonte da Foto: TAM no Flickr
Na sequência do desinvestimento em novo material circulante que levou a um corte de oferta de ligações, para que alertamos noutro post anterior, a CP Lisboa efectuou novas alterações nos horários para a Linha de Cascais, a partir do dia 18 de Setembro.
Ver anúncio oficial.

Mantemos que a ausência de investimento na Linha só poderá criar novos problemas no médio e longo prazo.

Um utente da Linha de Cascais partilhou este contributo no seu blogue, que dá conta de questões negativas levantadas por estas alterações:

1. Número de comboios diminui novamente, em 17 ligações por dia.
2. Acabam os comboios semi-rápidos entre São Pedro do Estoril e Lisboa
3. Aumentam os tempos de deslocação em muitos percursos
4. Muitas estações perdem frequências
5. As alterações não foram anunciadas de forma acessível e atempada

Ler mais detalhes sobre as alterações.

O deputado José Luís Ferreira da CDU questionou o Ministério da Economia sobre estas alterações e obteve a seguinte resposta, que dá conta do sub-investimento nesta linha urbana que transporte 28 milhões de pessoas anualmente.

Ler Comunicado.

28 agosto, 2011

A importância da ligação ferroviária Porto-Vigo


A Associação Comboios XXI, associação de utentes dos transportes públicos ferroviários, vem chamar a atenção para os seguintes factos que não tem merecido a divulgação devida.

De Vigo para o Norte da Galiza (Santiago e Corunha) existem cerca de 20 ligações ferroviárias diárias em comboios rápidos, modernos e confortáveis, fazendo a ligação entre Vigo e Corunha em cerca de duas horas (200 km).

Do Porto para o Sul de Portugal (Coimbra-Lisboa) há também cerca de 20 ligações diárias em comboios Alfa ou Intercidades que fazem a ligação entre Porto e Lisboa em cerca de 3 horas (336 Km). Assim, de Vigo para Norte da Península e do Porto para Sul, há ligações ferroviárias que não sendo ainda excelentes são razoavelmente satisfatórias ( e as da Galiza vão melhorar muito mais dentro em breve).

O problema é exactamente a ligação Porto-Vigo. Entre estas duas cidades há apenas duas (2) ligações, uma ao princípio da manhã e outra ao fim da tarde que são feitas em comboios a diesel, de fraca qualidade e que demoram três horas a percorrer cerca de 170 quilómetros.

Galiza e Norte de Portugal estão assim de costas voltadas em termos de ligação ferroviária e isto só foi possível por desleixo de Portugal e da Espanha. Ao longo deste período não faltaram meios financeiros comunitários, nomeadamente para a cooperação transfronteiriça, hoje denominada cooperação territorial, que deveriam ter sido utilizados neste sector .

À luz da integração europeia, em que os dois países estão envolvidos, não tem qualquer justificação o anunciado encerramento da ligação entre Porto e Vigo (suspenso até Setembro…), devendo antes haver cooperação séria entre Portugal e Espanha para melhorar rapidamente essa ligação.

Para além dos efeitos positivos que essa boa ligação terá no desenvolvimento a todos os níveis da eurorregião Galiza-Norte de Portugal, ela é um direito dos cidadãos de um e outro lado do Minho.

A Associação Comboios XXI difundirá esta posição junto das entidades públicas e privadas mais directamente relacionadas com este problema e procurará dar o contributo que estiver ao seu alcance para a sua resolução.

A Comissão Directiva da Associação Comboios XXI

Braga, 25 de Agosto de 2011

10 agosto, 2011

Comunicado Relativo ao Plano Nacional de Barragens

Transcrevemos aqui um comunicado, da responsabilidade do Movimento Cívico pela Linha do Tua, relativo à aplicação do Plano Nacional de Barragens.

O documento completo pode ser consultado aqui.


I

O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, anulou o contrato de construção do troço Poceirão
– Caia da linha de Alta Velocidade Lisboa – Madrid. Esta obra controversa, que tem figurado
como bandeira da polémica das Parcerias Público Privadas (PPP), representa um investimento de 1,7 mil milhões de euros, apenas uma fatia dos 4% de peso das PPP ferroviárias (cerca de 3 mil milhões de euros) no bolo total das PPP, a esmagadora maioria das quais lançadas nos Governos de José Sócrates (ver documento da Direcção Geral do Tesouro sobre as PPP em http://www.dgtf.pt/ResourcesUser/PPP/Documentos/Relatorios/2010/Relatorio_PPP_2010.pdf ).

Anteriormente orçados em 7 mil milhões de euros, e representando 12% do total das PPP, os
custos com os encargos a assumir pelo Estado (garantia de 30% das receitas esperadas
anualmente por cada barragem às respectivas concessionárias e subsídio à produção de energia eléctrica) e contribuintes (através de impostos e do aumento da tarifa eléctrica) com o
Plano Nacional de Barragens foram recalculados em 16 mil milhões de euros, quase 9,5 vezes
mais que o troço Poceirão – Caia, e cerca de 20% do total do pacote de ajuda externa a
Portugal.

(...)

Postos estes factos, exortamos directamente e com a máxima urgência que se impõe, o
Ministro da Economia e o Primeiro-Ministro a anularem o Plano Nacional de Barragens, sendo que o MCLT subscreve, em conjunto com mais nove ONG nacionais, um memorando a ser entregue ao Governo e à Troika nos próximos dias, contendo esta e mais informação sobre
esta negociata ruinosa e criminosa.

II

O MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua, congratula-se e congratula a REFER pela sua
resposta, recebida no passado mês de Julho, a um ofício do MCLT de 28 de Março do corrente
ano, no qual indagámos esta empresa pública sobre as consequências das obras de
prolongamento da A4 sobre a Linha do Tua entre Mirandela e Bragança.

1 - Em resposta à vossa primeira questão, confirmamos haver interferências do projecto da
Auto-Estrada A4 com a Linha do Tua;

2 - No que diz respeito à sua segunda questão, informamos que a REFER em conjunto com o
consórcio CAET XXI CONSTRUÇÕES, A.C.E. a quem foi atribuída a execução do projecto, tem
vindo a avaliar e minimizar todas as situações de conflito, requerendo o restabelecimento da
continuidade da Linha do Tua sempre que o projecto da A4 ocupe todo o espaço canal.

III

O MCLT, juntamente com o MCLC – Movimento Cívico pela Linha do Corgo, vai endereçar ao
IMTT e ao Ministério da Economia uma queixa contra a CP, no seguimento do mapa abusivo
que esta continua a expor no seu site (http://www.cp.pt/StaticFiles/Imagens/PDF/Passageiros/mapas/mapa_servicos.pdf ), ilustrando uma Rede Ferroviária Nacional amputada das Linhas do Tâmega, Corgo e Tua, e do Ramal de Cantanhede.
A razão prende-se com a dualidade de critérios patente no tratamento das vias-férreas
encerradas temporariamente e que possuem serviços alternativos de transporte, via táxi ou
autocarro, a cargo da CP, uma vez que troços como o Ramal da Lousã ou a Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda encontram-se na mesma situação das supra citadas, e no entanto aparecem no mapa.

IV

Disposto a criar um novo paradigma social face ao caminho-de-ferro, no qual, à semelhança do que já se faz há anos noutros países mais desenvolvidos, a própria sociedade tem um papel
activo na exploração, conservação e gestão de troços ferroviários, o MCLT está a lançar as
bases para os seguintes projectos de voluntariado.

(...)

MCLT

Vila Real, 7 de Agosto de 2011

05 agosto, 2011

Manifesto de Viana



A Associação Comboios XXI promoveu, no dia 29 de Julho de 2011, uma sessão de esclarecimento em Viana do Castelo, em colaboração com a Câmara Municipal respectiva, a propósito da anunciada extinção da ligação Porto-Vigo, e na sequência dessa sessão propõe as seguintes medidas:

De imediato (Setembro de 2011) ou a muito curto prazo:

1. A melhoria da ligação ferroviária Porto-Vigo, pois dela resultará um melhor serviço de transporte e com ele uma muito maior utilização por parte dos passageiros.
2. A alteração dos horários actualmente existentes de forma a diminuir o tempo de ligação entre as duas cidades (Porto-Vigo) para cerca de 2,30h.
3. Aumentar de duas para três as ligações diárias entre as duas cidades.
4. Assegurar, por outro lado, a ligação de Vigo com Santiago de Compostela e a Corunha para haver uma ligação Porto-Corunha no máximo de 4 horas.
5. Assegurar o mesmo em sentido contrário de modo a haver uma ligação Corunha-Porto no máximo de 4 horas e depois continuação para sul (Aveiro, Coimbra, Lisboa).
6. Fazer a devida publicidade dessas ligações, seja na vertente quotidiana como na turística
7. Utilizar nesta via ferroviária material de transporte adequado, sendo de todo o interesse a utilização de composições modernas e providas do conforto adequado a um serviço internacional de longo curso.

A médio prazo:

1. Electrificação do troço Nine – Vigo, ainda que faseado, permitindo substituir a tracção diesel por tracção eléctrica.
2. Instalação de nova e moderna sinalização para maior fluidez da circulação da linha e maior segurança.
3. Duplicação da via por fases e/ou ampliação das áreas de cruzamento.
4. Modernização das infra-estruturas de apoio aos passageiros, nomeadamente estações e apeadeiros e interfaces rodoviários.

A Associação considera que não faz sentido privar a euro-região Galiza-Norte de Portugal de transporte ferroviário, não podendo sequer ser invocado a esse propósito uma eventual linha de alta velocidade ligando as duas regiões, pois sempre será da maior utilidade a via actualmente existente.

Lembra-se ainda que, neste momento, há uma via-férrea na sua quase totalidade electrificada que poderia unir Corunha a Faro, atravessando zonas de elevada densidade populacional e grande fluxo de pessoas e mercadorias. Sucede, porém, que, do lado português, não está electrificada a via Nine-Valença.

Esta lacuna incompreensível na Linha do Minho não só deixa por concretizar um eixo ferroviário atlântico como contribui para um pior funcionamento da mobilidade dentro da Eurorregião.


Braga, 29 de Julho de 2011
A Comissão Directiva da Associação Comboios XXI

Comboios nas Colunas de Imprensa

"Shame on you"
Finalmente uma decisão certeira! As empresas de transportes públicos vão receber mais dinheiro pelo vital serviço que prestam à sociedade portuguesa. A troika exige aumentos de 20% e é fundamental salvá-las da falência. Mas há um erro grave neste processo: o Governo enganou-se sobre quem deve contribuir para as salvar.

"Subiram os preços sem melhorar o serviço" 
Concorda com os valores das subidas?  Não, são excessivos. Não apenas pelo montante em si, que me choca bastante num momento de crise para a maior parte das famílias. Mas também porque nada se oferece em troca. Aumentaram-se os preços de serviços que não têm qualquer melhoria de qualidade recente ou prevista.

Os comboios deste país 
E o que têm os nossos comboios, ou melhor, as empresas que os gerem? Têm dívidas gigantescas, já o sabemos; têm milhares de dirigentes, como também já lemos; têm muitas linhas, algumas delas históricas e atravessando paisagens soberbas, que, estamos a ver, vão sendo encerradas. Ou seja, têm muito e não potenciam nada. Têm quase tudo, mas não têm ideias sobre o que fazer com tudo o que têm.

Caminhos de Ferro
Prevê-se o fecho da Linha do Oeste, onde vivem 400 mil pessoas,uma linha cuja modernização tinha sido prometida ainda há pouco tempo à região, revelando uma enorme falta de respeito e quebra de confiança; o fecho da Linha de Beja, tão-somente a segunda cidade do Alentejo, que fica em surreal alucinação de não ter comboio para as suas gentes mas ter um aeroporto internacional para turistas de golfe, esse bem essencial;
  
Muito a fazer nos transportes*
O aumento do preço dos transportes públicos é parte da solução. Falta fechar serviços que não fazem sentido, em particular nos comboios regionais, reduzir custos e melhorar a gestão da rede de transporte. 

*uma opinião em grande parte divergente, em nome do debate

30 julho, 2011

Resumo Sessão sobre a Linha do Minho, em Viana

José Pinto, do Núcleo da Linha do Minho, interpela a mesa

Da esquerda para a direita:  Dr. Jorge Fão, deputado por Viana do Castelo (PS); Eng.º José Maria Costa, Presidente da CM de Viana do Castelo; Dr. António Cândido de Oliveira da Comissão Directiva da Comboios XXI; O Presidente Moisés Rodríguez Pérez, do Concello de Tui e a Prof.ª Doutora Elvira Vieira, Director do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal.

Durante o debate aberto juntam-se à mesa a Vereadora Sandra Pontedeira da CM de Vila Nova de Cerveira e o Eng. Fernando Queiroz, em representação da REFER

NOTA: Consulte aqui uma apresentação Powerpoint com as nossas propostas para a Linha do Minho

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Jornal Notícias, 2011/07/30

Alcaide de Tui "ameaça" cortar ponte internacional se acabar ligação Porto-Vigo
O alcaide de Tui, Galiza, advertiu esta sexta-feira que se a ligação ferroviária entre Porto e Vigo for interrompida a 30 de Setembro a população protestará na rua, "cortando a ponte internacional" que liga a Valença.
"Espero que não aconteça, mas se for necessário cortamos a ponte para reivindicar o serviço", afirmou esta sexta-feira o alcaide Moisés Rodriguez, durante um encontro promovido em Viana do Castelo por utentes do serviço ferroviário português.
Em cima da mesa esteve a discussão em torno da necessidade de investimentos na Linha do Minho, como sinalização e electrificação, de forma a reduzir os tempos de viagem entre Porto e Vigo, actualmente em cerca de três horas, e assim tornar o serviço mais atractivo e competitivo.
"Assim como está, não pode continuar", admitiu o alcaide de Tui, acrescentando que a própria espanhola Renfe "não fez tudo o que devia" até agora para "manter" o serviço.
Alegando precisamente o prejuízo naquele serviço, a CP chegou a anunciar, para 15 de Julho, a supressão da ligação até Vigo. No entanto, voltaria atrás com a decisão depois da congénere Renfe ter garantido assumir todos os custos da ligação, em território espanhol, pelo menos até 30 de Setembro. [...]
Até 30 de Setembro Renfe e CP deverão anunciar uma nova solução para aquela ligação internacional, no entanto, para a associação de utentes ComboiosXXI, que promoveu este debate em Viana do Castelo, o investimento é prioritário.
"Infelizmente, de há uns anos a esta parte, a linha passou a ser de Porto a Braga e o ramal ficou entre Nine e Valença. É preciso um investimento no material circulante e na linha para que o serviço seja competitivo", afirmou Cândido de Oliveira, da associação de utentes.
Segundo a organização, a CP foi convidada para este debate, que reuniu autarcas, políticos e utentes, mas não se fez representar.
Da parte da Refer, Fernando Queiroz, que representou aquela empresa pública, assumiu que "não está previsto qualquer investimento de modernização" para a Linha do Minho, pelo que "já não será mau" se a rede actual continuar como está.

25 julho, 2011

CONVITE para sessão de esclarecimento sobre a LINHA DO MINHO





Convite
A Associação Comboios do Século XXI, associação de utentes que luta pela melhoria do transporte público ferroviário a nível local, regional e nacional, vai organizar, com a colaboração da Câmara Municipal de Viana do Castelo, uma sessão de esclarecimento sobre a Linha do Minho, e particularmente sobre a ligação Internacional Porto-Vigo, com a finalidade de melhorar esta ligação a curto e médio prazo.
Efectivamente, a ligação actual não serve da melhor forma os interesses dos utentes. A solução não pode ser a supressão da ligação mas sim a prestação de um serviço de melhor qualidade.
A sessão é aberta a todos os interessados e decorrerá em Viana do Castelo na próxima 6ª feira, dia 29 de Julho, pelas 18 horas, no Auditório do Museu de Arte e Arqueologia, situado no Largo de São Domingos (e com entrada também pela Rua General Luís do Rego, 219), a cerca de 500m da Estação ferroviária de Viana.
Convidamos Vossa Ex.ª a estar presente ou fazer-se representar, e agradecemos a confirmação quanto antes, para melhor podermos acolher todos os interessados.
pela Direcção da ComboiosXXI
António Cândido Oliveira
Viana do Castelo, 25 de Julho de 2011

20 julho, 2011

"Quatro Intercidades por dia entre Lisboa e Évora em menos de uma hora e meia"

 Público 19.07.2011 por Carlos Cipriano

"A CP lança no domingo uma nova oferta de Lisboa para Évora com quatro Intercidades diários em cada sentido (dois de manhã e dois à tarde) que vão demorar apenas uma hora e 21 minutos entre Sete Rios e aquela cidade alentejana.

Até Maio de 2010, quando a linha do Alentejo encerrou para obras, o mesmo percurso era feito em uma hora e 50 minutos. Esta redução do tempo de viagem só é possível porque a via férrea  permite agora velocidades de chegam aos 200 quilómetros por hora. A linha sofreu um investimento de 48,4 milhões de euros e está agora electrificada, tem carris, travessas e balastro novos e foi dotada de modernos sistemas de sinalização e telecomunicações.

Mas o troço entre Casa Branca e Beja ficou à margem desta modernização, não podendo aí circular comboios eléctricos. A CP decidiu, por isso, não ressuscitar os Intercidades para Beja (havia dois por dia em cada sentido até Maio do ano passado) e organizar um serviço de ligação aos comboios de Évora com transbordo em Casa Branca. Este serviço será assegurado por automotoras a diesel remodeladas para o efeito. Contam com assentos mais confortáveis, maior espaço entre os bancos, tomadas para computador, ar climatizado e têm reserva de lugar, podendo os bilhetes ser comprados na Internet.

Apesar da ruptura na estação de Casa Branca, os passageiros de Beja para Lisboa farão agora a viagem até Sete Rios em duas horas e cinco minutos, menos dez minutos do que nos antigos Intercidades.
Estes novos tempos de viagem para o Alentejo colocam a CP numa posição bastante competitiva face ao autocarro (...).


São bem-vindas as notícias relativas a melhorias muito adiadas, trazidas por investimento na modernização dos serviços, e que permitem aumentar a competitividade da ferrovia. 

Esperamos que na sequência do sucesso destas novas ligações se considere um aumento de frequências também a meio do dia, permitindo ligações mais fáceis a passageiros vindos do Norte do país, possivelmente concretizando ligações directas a Évora, dada a relevância cultural e turística da cidade.

Agradecemos o envio da sugestão a um utente, através da nossa página de Facebook.

14 julho, 2011

Remediar a obsolescência e o desinvestimento em Cascais

@Jornal da Região


Com a eliminação de frequências numa linha urbana que faz mais de 30 milhões de viagens por ano já não são só as linhas do interior do país a sofrer com o desinvestimento crónico no transporte ferroviário.

Esta redução de serviços, já abordada por uma petição criada por utentes (na barra ao lado), deve-se sobretudo a três questões: a linha de Cascais foi electrificada, em 1926, a uma voltagem diferente (1,5 kV) da restante rede CP (25 kV) a partir de 1956, gerando problemas de compatibilidade e exigindo tipos de veículos diferentes; foram também cancelados, por duas vezes, os concursos para a aquisição novos veículos, eventualmente bi-tensão e, portanto, compatíveis com o resto da rede; por outro lado, não está agendada a desejada modernização da infraestrutura, que também já teve concursos públicos adiados.

O resultado é esta medida de manutenção forçada dos veículos e, até assistirmos a uma volta de 180º no modo como se encara estrategicamente o transporte ferroviário - e a sua importância em contexto de crise como meio de poupança dos cidadãos -, continuaremos a assistir ao adiamento do abate destes comboios, alguns já com mais de 50 anos de vida (embora alvo de intervenções), com idas muito frequentes para as oficinas, que implicam reduções de frequência das ligações.

Cabe aos utentes, cidadãos e os seus representantes exigir maior e melhor investimento público na ferrovia para evitar situações como estas em serviços com claro potencial.

Linha de Cascais tem que viver com o que tem via Público

Linha de Cascais com menos comboios até fim de Agosto via Diário de Notícias

CP corta 17 viagens na linha de Cascais no Verão via Jornal de Negócios

13 julho, 2011

Beja também sem comboio

Comboios: Grupo da Assembleia Municipal de Beja quer reunir com presidente da AR
e com grupos e comissão parlamentares


Um grupo de trabalho da Assembleia Municipal de Beja pediu hoje audiências à presidente da Assembleia da República, aos grupos parlamentares e à Comissão de Economia e Obras Públicas para insistir na defesa das ligações ferroviárias à cidade.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da Assembleia Municipal de Beja, Bernardo Loff, explicou que o grupo de trabalho, criado para defender as ligações ferroviárias a Beja, quer, através das audiências, “lembrar que transitou da última legislatura e está em curso uma petição” em defesa das ligações ferroviárias a Beja.

O grupo espera que a petição seja discutida e votada no Parlamento “logo que possível” e que a conclusão do processo “seja favorável às pretensões” dos 15.071 signatários do documento e das populações do distrito de Beja, afirmou.

Segundo Bernardo Loff, o grupo vai “fazer todas as diligências” para que as audiências decorram no próximo dia 26, quando irá à Assembleia da República para participar na audição pública parlamentar promovida pelo Partido Ecologista “Os Verdes” sobre transportes ferroviários em Portugal.

A audição, segundo “Os Verdes”, pretende ser “uma oportunidade” para utilizadores, trabalhadores, autarcas, especialistas, defensores e interessados no transporte público ferroviário poderem “expressar as suas preocupações” sobre impactos ambientais, sociais e económicos decorrentes da possibilidade de fecho de linhas e serviços e de privatização de serviços para o desenvolvimento local, regional e nacional.

As decisões de pedir as audiências e de participar na audição foram tomadas na segunda-feira, na última reunião do grupo, composto pela mesa e por um representante de cada um dos grupos políticos da Assembleia Municipal de Beja e dois representantes do movimento de cidadãos criado pela Associação de Defesa do Património de Beja.

08 julho, 2011

Melhorar o serviço Porto-Vigo

Na sequência do anúncio que confirma a continuidade do serviço Porto-Vigo, importa agora garantir que o seu potencial e importância para a região são atingidos.
Receamos porém que se esteja desta forma a adiar novamente quaisquer alterações que impeçam desfechos como o que esteve para acontecer neste fim-de-semana, um cenário que já vimos em 2005.

A Associação de Utentes quer ter um papel activo na melhoria da linha e da qualidade do serviço, sobre os quais se têm pronunciado algumas entidades:

O Eixo Atlântico propõe um "consórcio transfronteiriço de transportes" para gerir este trajecto, que poderia envolver autarquias e juntas metropolitanas numa lógica de partilha de custos.
O Governo Regional Galego pede a maior competitividade da linha, sem adiantar pormenores, dando a entender que as verbas destinadas à euro-região podem servir ao reforço de infra-estruturas estratégicas.

Mas é na internet e na nossa página de Facebook têm sido feitas várias sugestões específicas para discussão:

"Deviam de voltar novamente o comboio das 12h45 para Vigo que actualmente é o IR 853."

"Seria interessante fazer pressão para que apareça nos indicadores electrónicos o destino VIGO e não TUY!"

"Operar o comboio como um Intercidades, possibilitando a marcação de lugares e a compra "online."

"Seria de considerar a possibilidade dos Interregionais da linha do Minho terminarem em Guillarei, de modo a maximizar as ligações à rede ferroviária da Galiza?"

"A redução do tempo de paragem em Tui é que era algo que merecia ser revisto."

"Era importante também não o por atrás de um suburbano logo a partir de Campanhã."

"Considerando que fica uma automotora 7 horas parada em Vigo, deveria ser estudada a inclusão da terceira frequência também de modo a rentabilizar os meios humanos e materiais da CP e da RENFE. Essa 3ª frequência faria o percurso pela hora do almoço (14:00 locais de ambos os terminais)."

"A automotora que faz a ligacao a Vigo podia fazer mais uma ou duas viagens durante o dia para levar e trazer passageiros entre Vigo e Valença e que chegariam ou partiriam nos regionais e intercidades! Já agora revia os horários da Linha do Minho de modo a que muita gente possa estar as 8/8:30 em Viana nas aulas ou emprego!"

António Alves, no blogue Baixa do Porto propõe uma redução maior do tempo de percurso, que passe por três acções principais: reduzir severamente o tempo de paragem em Tui (que refere serem 13 minutos); eliminar paragens que não sejam adequadas a um serviço internacional como Ermesinde, Trofa e Redondela, entre outras (o aspecto mais polémico e que pode maior discussão); e também melhores "ajustamentos na lei de paragens, cruzamentos (a partir de Nine a Linha é de via única) e escolha criteriosa do canal horário".

Que sugestões têm para discussão, para que possam depois ser propostas?

NOTA: As sugestões dadas podem não reflectir a posição da CXXI e são submetidas no interesse de um debate aberto.

05 julho, 2011

Os dois comboios que servem o Eixo Atlântico



À esquerda, automotora CP série 450 - construído em 1966 e modernizado há uma década, o comboio português que efectua a viagem Porto-Vigo tem climatização, portas de fecho automático, espaço para bicicletas. Tem uma velocidade máxima de 120 km/h e nas rampas mais acentuadas é capaz de atingir os 65 km/h;

À direita, automotora RENFE série 599 - construído em 2008, o comboio espanhol que efectua a viagem Vigo-Santiago-Corunha. Este comboio possui climatização, máquina mini bar, tomadas eléctricas em todos os lugares, video a bordo, amplo wc, acesso franco a cadeira de rodas, espaço para bicicletas.
Atinge a velocidade máxima de 160 km/ e nas rampas mais acentuadas é capaz de atingir os 145 km/h



04 julho, 2011

Autarca de Viana teme que supressão da ligação internacional seja o 'inicio' do fim da Linha do Minho

Correio do Minho 03.07.2011

O presidente da Câmara de Viana do Castelo teme que a supressão da ligação até Vigo, na Galiza, seja o “início” de uma “tentativa de desmantelamento da Linha do Minho”.

“Temos algum receio nesse sentido, pela falta de um investimento de modernização nesta linha ao longo dos últimos anos. Pode ser o início de um processo de desmantelamento da linha do Minho”, apontou o autarca José Maria Costa.
O autarca socialista sublinhou ainda a importância, para o distrito de Viana do Castelo, do serviço que iniciava no Porto e que terminava em Vigo, duas vezes por dia.

“A empresa pode alegar falta de passageiros, mas isso resulta, infelizmente, do desinvestimento na linha nos últimos anos. É por isso que o número de passageiros diminui”, explicou José Maria Costa.
Acrescentou que a autarquia está “há algum tempo” a encetar contactos com a CP e Refer no sentido de garantir o prolongamento da modernização da linha de Nine até Viana do Castelo.

“Em termos de sinalização, eletrificação, modernização de equipamentos e mudança de material circulante para que volte a ser um transporte público competitivo”, acrescentou, defendendo a canalização de verbas previstas para o TGV para este investimento.


A transportadora ferroviária pública CP admite que a “racionalização de custos” esteve na origem da decisão de acabar, a partir de domingo, com a ligação internacional até Vigo.
Trata-se de um serviço com duas ligações diárias entre Porto e Vigo (Galiza), mas que segundo a CP vai passar a terminar em Valença.

No distrito de Viana do Castelo, esta ligação internacional tinha paragens nas estações, além daquela cidade, de Barroselas, Vila Praia de Âncora, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença.

Espanhóis aceitam fim da ligação de comboios Porto-Vigo

Público 03.07.2011

Júlio Ermida, porta-voz da operadora ferroviária espanhola, Renfe, disse ao PÚBLICO que esta empresa “respeita e aceita a decisão da CP” de suprimir o serviço internacional para Vigo e que o mesmo não era interessante na perspectiva espanhola dada a sua fraca procura.

“A Renfe tem assegurados oito serviços diários em cada sentido entre Vigo, Redondela e O Porriño. Tuy [na fronteira com Portugal] quase não tem passageiros”, disse.

A mesma fonte diz que a CP explicou à Renfe as razões da supressão deste serviço. E quais foram? Júlio Ermida diz que a Renfe não as divulga, mas que basta ver a imprensa galega para se perceber que foram razões económicas.

Esta não é a primeira vez que a CP anuncia o fim da ligação Porto-Vigo, que esteve prestes a ser interrompido no Verão de 2005. Na altura foram também motivos relacionados com a fraca procura que levaram o então presidente da CP, António Ramalho, a tentar acabar com este serviço, mas os protestos que se levantaram do lado espanhol, sobretudo das autoridades galegas, obrigaram a CP a recuar.

Na altura a própria secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, defendeu a manutenção desta ligação internacional, tanto mais que então dava-se como certo para um futuro próximo a construção da linha de alta velocidade Porto-Vigo.

Em 2005 a posição da Renfe foi idêntica à actual, distanciando-se da decisão portuguesa: “tratando-se de um comboio português da CP, tem de ser essa empresa a gerir as previsões dessa linha”.

Assentos incómodos e viagem barulhenta

A ligação directa Porto-Vigo iria comemorar 100 anos em 2013. Na realidade, começou por ser um serviço de Lisboa a Vigo, trissemanal, que rapidamente passou a diário. Em 1952 esta ligação era reforçada com uma carruagem atrelada em Campanhã ao comboio internacional que seguia directamente para La Coruña.

Hoje o “comboio internacional” (a designação é da CP) Porto-Vigo é realizado por uma automotora que, apesar de modernizada na década de 90, data dos anos 70 (construída na Sorefame) e é igual à que a transportada ferroviária utiliza no serviço regional.

Não é confortável porque os assentos são incómodos, é barulhenta e trepida imenso. Demora três horas e 20 minutos a realizar o trajecto entre Porto e Vigo.